Vamos aprender juntos sobre Alimentação Enteral?
A Nestlé Health Science criou esta história superdivertida para pais, profissionais, cuidadores e crianças aprenderem juntos que a alimentação enteral não é coisa do outro mundo!
Com o Nino e sua turma, vamos fazer uma pequena e divertida viagem por esse universo e descobrir como são os alimentos e como é possível brincar, passear, viajar, estudar e ter amigos normalmente, mesmo com a sonda.
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Terapia Nutricional Enteral em Crianças. Quando é necessário?
Todas as crianças precisam de uma alimentação equilibrada, com nutrientes em variedade e quantidade adequadas conforme faixa de idade para o seu desenvolvimento adequado. Durante o tratamento de alguma doença, a atenção aos nutrientes deve ser ainda maior! Principalmente quando a criança não consegue comer direito ou quando os efeitos colaterais da doença limitam a sua forma de se alimentar, deixando o organismo vulnerável e debilitado, aumentando assim o risco de comprometimento nutricional. Quando isso acontece, pode ocorrer a desnutrição, agravando ainda mais os sintomas da doença e prejudicando a resposta ao tratamento.1-4
Nestes casos, quando a alimentação convencional (ou seja, alimentação normal do dia a dia) não é possível ou é insuficiente para suprir as necessidades nutricionais, é preciso nutrir esta criança de forma individualizada e controlada, atentando-se à oferta adequada de nutrientes e energia. Assim, é possível manter e recuperar esse equilíbrio e um estado nutricional saudável. A esse tipo de terapia damos o nome de Terapia Nutricional Enteral.2-4
Terapia Nutricional Oral (TNO) ou Suplementação Nutricional Oral (SNO)1,2,5
A Terapia Nutricional Oral (TNO) é uma forma de complementar a alimentação do dia a dia pela boca (via oral), quando a aceitação alimentar da criança está abaixo de 75% das necessidades de nutrientes e energia. Esta terapia deve ser a primeira opção de suporte nutricional quando a via oral não está prejudicada.
Quando a criança não consegue se alimentar pela boca ou quando a ingestão nutricional continua insuficiente, a Terapia Nutricional Enteral (TNE) é indicada.1,2,5 Vamos entender como este tipo de nutrição funciona.
O que é a Terapia Nutricional Enteral?6-8
A terapia nutricional enteral é quando a alimentação é oferecida através de uma sonda e colocada diretamente no estômago.
Quando é indicada? São indicadas quando o trato gastrointestinal da criança está íntegro para fazer a digestão, mas existe dificuldade para receber uma alimentação normal no momento de mastigar ou de engolir os alimentos.
Objetivo: Manter ou recuperar o estado nutricional da criança.
A escolha e a prescrição da nutrição enteral adequada, assim como o tipo de sonda e a formulação do alimento, exige um conhecimento clínico e nutricional. Por isso, é necessário que o planejamento e o acompanhamento da Terapia Nutricional Enteral incluam profissionais de saúde como o médico e o nutricionista, para ter certeza de que a criança está recebendo corretamente o volume de nutrientes que precisa.
Quando a Alimentação Enteral é necessária? 9
Além das dificuldades para mastigar e engolir os alimentos, quando a alimentação pela boca não cobre as necessidades de calorias e nutrientes, a alimentação enteral é indicada nas seguintes situações:
- Risco de aspiração pulmonar;
- Criança com algum distúrbio de deglutição que pode cursar com aspiração pulmonar;
- Criança hospitalizada sob ventilação mecânica;
- Quando existe alteração do nível de consciência;
- Em recém-nascidos menores de 34 semanas sem capacidade de alimentação oral;
- Na transição da nutrição parenteral para a oral;
- Quando existe obstrução do trato digestório;
- Desnutrição.
Doenças que podem levar à necessidade de nutrição por Sonda Enteral10
- Doença neurológica - A ingestão inadequada em pacientes com doenças neurológicas é a principal causa de alterações nutricionais, tais como: desnutrição, atraso de crescimento e sobrepeso. Dos pacientes com paralisia cerebral, 60% apresentam dificuldades alimentares importantes e, desses, 38% podem ser atribuídos a distúrbios de deglutição.
- Câncer - É estimado que 8% a 38% das crianças com câncer apresentem desnutrição. Já a desnutrição avançada, durante o tratamento do câncer ocorre em 40% a 80% das crianças, principalmente quando em tratamento de quimioterapia e transplante de medula óssea.
- Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) – A Doença crônica, infecções oportunistas, medicamentos e disfunção do trato digestório decorrentes desta doença, acabam contribuindo para um quadro de desnutrição, sendo indicado nestes casos a dieta enteral.
- Fibrose Cística – Os sintomas da fibrose cística incluem a anorexia, baixa ingestão de alimentos, infecções frequentes e má absorção dos nutrientes que também podem levar a criança a um quadro de desnutrição.
- Doença de Crohn - A terapia nutricional enteral é indicada para a melhora do estado nutricional e geral de pacientes com doenças inflamatórias intestinais, sendo a doença de crohn uma delas. Este aporte nutricional será fundamental para impedir a desnutrição, repondo deficiências de macro e micronutrientes, atuando na melhora inflamatória e imunológica. A nutrição enteral pode inclusive induzir remissão e cicatrização da mucosa intestinal em crianças recém-diagnosticadas com doença de crohn.
Tipos de Dieta Enteral para crianças 10
Elas são diferenciadas pelo seu modo de preparo:
- Artesanais – O preparo pode ser feito em casa ou no hospital, com ingredientes comuns da cozinha ou módulos. As dietas artesanais apresentam uma limitação: existe a dificuldade em garantir a quantidade calórica, a osmolalidade e a oferta de micronutrientes (vitaminas e oligoelementos), além de possuírem maior risco para contaminação microbiológica.
- Industrializadas - As dietas industrializadas classificam-se em sistemas aberto ou fechado.
Sistema aberto – Pó ou líquido que devem ser manuseados.
Sistema fechado - Já vêm prontas para uso, sem necessidade de manter na geladeira. Elas são conectadas diretamente ao equipamento e apresentam menor manipulação e menor risco de contaminação.
Benefícios da Terapia Nutricional Enteral?11-15
Quando a alimentação enteral é necessária, o quanto antes for iniciada, melhor para a saúde da criança, trazendo benefícios como:
- Melhora da resposta ao tratamento;
- Prevenção do risco de desnutrição;
- Melhora no sistema imunológico;
- Diminuição do risco de infecções;
- Redução do tempo de hospital em crianças hospitalizadas.
Referências Bibliográficas
1- Brazilian Society of Parenteral and Enteral Nutrition. Diretriz Braspen de Terapia Nutricional no Paciente com Câncer e Braspen recomenda: Indicadores de Qualidade em Terapia Nutricional.2019.
2- Goulert, O.; Kolestko, B. Terapia nutricional em crianças e adolescentes. In: Sobotka, L. Bases da nutrição clínica. Rio de Janiero: Rúbio, 2008.
3- Oliveira, F. L. C.; Iglesias, S. O. B. Nutrição enteral. In: Lopez, FA; Sigulem, DM; Taddei JAAC. Fundamentos da terapia nutricional em pediatria. São Paulo: Sarvier, 2002.
4- Brasil. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n°63, 6 de julho de 2000. Diário Oficial da União . Poder Executivo, Brasília, DF, 7 jul. 2000.
5- Gomes DF et al. Campanha “Diga não à desnutrição Kids”: 11 passos importantes para combater a desnutrição hospitalar. BRASPEN J 2019; 34 (1): 3-23.
6- Campanella LCA, Silveira BM, Rosário Neto O., Silva A.A. Terapia nutricional enteral: a dieta prescrita é realmente infundida? Rev Bras de Nutr Clín = Braz J Clin Nutr. 2008;23(1):21-7.
7- Vasconcelos MIL. Nutrição enteral. In: Cuppari Lilian. Nutrição: nutrição clínica do adulto. 2a ed. São Paulo: Manole; 2005. p. 369-90.
8- Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. Resolução RCD nº 63 de 6 de julho de 2000. Aprova o Regulamento Técnico para fixar os requisitos mínimos exigidos para a Terapia de Nutrição Enteral.
9- Lima AES. Princípios da Nutrição Enteral. In: Nogueira RJN, Lima AES, Prado CC, Ribeiro AF, orgs. Nutrição em pediatria - oral, enteral e parenteral. 1ª ed. São Paulo: Sarvier; 2011. p.87-99.
10- Fernandes VPI, Lima A, Euzébio Junior AA, Nogueira R. Nutrição enteral em pediatria. Resid Pediatr. 2013;3(3):67-75.
11- Teixeira ACC, Caruso L, Soriano FG. Terapia nutricional enteral em unidade de terapia intensiva: infusão versus necessidades. Rev Bras Ter Intensiva. 2006;18(4):331-7.
12- Nozaki, V. T.; Peralta, R. M. ; Fernandes, C. A. M. Terapia nutricional enteral: análise dos requerimentos energéticos e perfil nutricional. Revista Brasileira de Nutrição Clínica. v. 24, n. 3, p. 143-148, 2009.
13- Falcão, M. C. Suporte nutricional em pediatria. Pediatria. São Paulo, v. 23, n. 2, p. 121, 2001.
14- Oliveira Iglesias, S.B., Leite H.P., SAntana e Meneses J.F., Carvalho W.B. Enteral nutrition in nritically ill children: are prescription and delivery according to their energy requirements? Nutr Clin Pract. 2007;22(2):233-9.
15- Skillman H.E., Wischmeyer P.E. Nutrition therapy in critically ill infants and children. JPEN J Parenter Enteral Nutr. 2008;32(5):520-34.