A dieta enteral é um tipo de alimentação oferecida através de uma sonda que pode ser que pode ser colocada no nariz, em conexão com o estômago ou intestino, ou cirurgicamente implementada direto no estômago ou intestino, sendo indicada em casos nos quais há dificuldade de mastigar ou engolir alimentos e, portanto, a alimentação convencional pela boca não é adequada ou suficiente para atingir as metas nutricionais do paciente.1 Algumas pessoas podem, a médio e longo prazo, voltar a se alimentar normalmente pela boca. Outros necessitam que este tipo de alimentação seja mantido pelo o resto de suas vidas. A dieta enteral não é oferecida somente em ambiente hospitalar. Ela também pode ser usada em casa, aumentando o contato com sua família e reduzindo os custos de hospitalização. Através desta terapia nutricional, o paciente recebe calorias e nutrientes importantes para recuperar ou manter o estado nutricional. 2,3
Quando a Nutrição Enteral é indicada? 4
A alimentação enteral é indicada nas seguintes situações:
Qual é a recomendação nutricional para pessoal em dieta enteral?5
A necessidade de nutrientes varia de acordo com o estado nutricional atual e anterior à doença, idade, sexo, peso, altura, atividade física, composição corporal e condição fisiológica.
Tipos de Dieta Enteral6,7
Elas são diferenciadas pelo seu modo de preparo e podem ser fornecidas através de dietas industrializadas ou não-industrializadas:
- Dietas não-industrializadas ou artesanais – O preparo pode ser feito em casa ou no hospital, com ingredientes comuns da cozinha. As dietas artesanais apresentam uma limitação: existe a dificuldade em garantir a quantidade calórica, a osmolalidade e a oferta de micronutrientes (vitaminas e oligoelementos), além de possuírem maior risco para contaminação microbiológica.
- Industrializadas – Possuem composição nutricional adequada e garantida, menor risco de contaminação microbiológica por menor necessidade de manipulação e podem ser encontradas na forma de pó, líquidas semiprontas e as prontas para uso:
Sistema aberto – Pó ou líquido que devem ser manuseados.
Sistema fechado - Já vêm prontas para uso, sem necessidade de manter na geladeira. Elas são conectadas diretamente ao equipamento, não necessitam de manipulação e apresentam risco muito menor de contaminação
Para saber mais, leia: Dieta caseira x dieta industrializada: entendendo as diferenças
Dieta Enteral em casa8
A terapia nutricional domiciliar (TND) é quando a assistência nutricional e clínica da pessoa passa a ser em casa e não mais no hospital, trazendo maior comodidade, além de redução de custos. É considerada segura quando bem indicada, com bom planejamento e monitoramento adequado por parte de equipe especializada. Porém, alguns cuidados são fundamentais:
1 – A casa deve fornecer condições de higienização e manipulação de dieta;
2 – Deve haver local apropriado para armazenamento da terapia nutricional indicada;
3 - É necessário que a casa tenha telefone, água potável, luz e refrigeração adequada.
A presença de um cuidador ou familiar responsável e capacitado é importante para que haja adesão à dieta. O treinamento começa no hospital ou no serviço de saúde e continua em casa a partir de orientações claras e objetivas sobre os cuidados na administração da fórmula e solução de problemas, como no caso de deslocamento e obstrução da sonda.
A escolha e a prescrição da nutrição enteral adequada, assim como o tipo de sonda e a formulação do alimento, exige um conhecimento clínico e nutricional. Por isso, é necessário que o planejamento e o acompanhamento da Terapia Nutricional Enteral incluam profissionais de saúde como o médico e o nutricionista garantindo assim que a pessoa receba o volume de nutrientes necessários de acordo com a sua necessidade nutricional.
A terapia nutricional enteral é um método seguro e eficaz, que ajudará a pessoa a manter o seu estado nutricional adequado e uma melhor qualidade de vida.
Referências:
- Lima AES. Princípios da Nutrição Enteral. In: Nogueira RJN, Lima AES, Prado CC, Ribeiro AF, orgs. Nutrição em pediatria - oral, enteral e parenteral. 1ª ed. São Paulo: Sarvier; 2011.
- Campanella LCA, et al. Terapia nutricional enteral: a dieta prescrita é realmente infundida? Rev Bras de Nutr Clín. 2008;23(1):21-7.
- Vasconcelos MIL. Nutrição enteral. In: Cuppari Lilian. Nutrição: nutrição clínica do adulto. 2a ed. São Paulo: Manole; 2005. p. 369-90.
- Cunha SFC, et al. Terapia Nutrológica Oral e Enteral em Pacientes com Risco Nutricional. Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina. Projeto Diretrizes (DITEN 2011).
- Coppini LZ, et al. Recomendações Nutricionais para Adultos em Terapia Nutricional Enteral e Parenteral. Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina. Projeto Diretrizes (DITEN 011).
- Amaral FB, et al. Food and nutritional safety of hospitalized patients under treatment with enteral nutrition therapy in the Jequitinhonha Valley, Brazil. Nutr Hosp. 2012;27(6):2122-9.
- Borghi R, et al. Estudo teórico da composição nutricional e custos de dieta enteral artesanal no Brasil: conclusões da Força-Tarefa de Nutrição Clínica do ILSI. Rev. Bras. Nutr. Clin. 2013;28(2):71-5.
- Van Aanholt DPJ, et al. Terapia Nutricional Domiciliar. Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina. Projeto Diretrizes (DITEN 2011).